Criada pela Lei n°. 18-A/2001 de 3 de Julho, a freguesia de Gândaras é a mais recente do concelho de Lousã, no distrito de Coimbra.

A freguesia de Gândaras, situa-se no lado poente do concelho de Lousã, pelo qual confronta com o concelho de Miranda do Corvo, a norte com a freguesia de Foz de Arouce e Lousã, a nascente e sul com a freguesia de Lousã. É composta de oito lugares: Cume, Espinheiro, Fontaínhas, Moita, Papanata, Reguengo, Ribeira e Olival. A sua área é de cerca de 1.010 ha.

Atravessada pelo rio Arouce, na margem esquerda do mesmo (a poente), situam-se apenas os lugares do Espinheiro e do Cume, lugares estes envolvidos pela zona florestal da freguesia e por alguma zona agrícola. Na margem direita, onde se encontram os restantes lugares, apenas existe zona agrícola.

O topónimo “Gândaras” é o plural de Gândara, “terreno arenoso”, fazendo assim alusão às características geológicas da povoação.

Para conhecer as suas origens é necessário recorrer à história da sua freguesia de origem, Lousã, onde são vários os vestígios que testemunham a presença remota do homem, datando alguns deles da época do domínio romano, como por exemplo telhas, tijolos, utensílios de vidro e metal, moedas, restos de calçada, etc. No entanto para alguns, a vila da Lousã e seu termo teve origem nos tempos de ocupação muçulmana, estando a sua origem ligada a uma lenda que conta que um emir ou rei, teria mandado erguer ali um castelo para proteger a sua filha Peralta, pois

precisaria ir para o Norte de África em busca de reforços para combater as tropas cristãs. O nome deste emir seria Arunce, e em sua homenagem, tanto a povoação como o castelo, adoptaram esse nome.

A primeira referência escrita relativa a esta zona data de 943, com o topónimo “Arauz”, designando a povoação mais importante que se localizava no promontório onde hoje se situa o castelo de Arouce. D. Afonso Henriques concedeu a Arouce a carta de foral em 1151. Depois do período marcado pela reconquista cristã, deu-se a repovoação da área onde hoje se situa a sede do concelho da Lousã, da qual dista a actual freguesia de Gândaras cerca de 2,6 Km.

No lugar do Espinheiro, junto à capela de Nossa Senhora do Desterro, onde actualmente se situa o salão de festas, existia uma estalagem, que em tempos longínquos, servia de dormitório para as pessoas que viajavam pela Estrada Real (estrada de ligação entre Foz de Arouce e o Espinhal), que passava cerca de 100 metros, para poente, estrada esta da qual ainda existe o seu traçado inicial, embora descontinuado, por força das novas vias de comunicação.

Há cerca de 40 anos, a população vivia quase toda da: agricultura, que era de minifúndio, e especialmente de subsistência, além da resinagem onde se ocupavam algumas famílias inteiras.

Pelos terrenos da freguesia de Gândaras corre o Rio Arouce ou Ribeira de S. João, onde nas suas margens existem locais aprazíveis ao lazer.